Vamos Cuidar das Gestantes?
Gravidez não é doença, é verdade. Mas é uma fase que inspira muitos cuidados. Não existe consenso de tudo que pode e do que não pode. Mas vale a pena arriscar?
No mundo do Pilates, por exemplo, vemos muitas fotos de grávidas fazendo exercícios avançados. Sempre nos perguntamos: por que? Para que? É claro que muitas passam a gravidez toda fazendo mil estripulias e o bebê vem cheio de saúde, mas e se isso não acontecer?
Nós instrutores de Pilates queremos estimular nossos alunos com aulas criativas e exercícios desafiadores, porém temos sempre que ter em mente o objetivo e ponderar se o risco vale a pena. Qualquer pessoa que realiza um exercício aéreo ou que trabalhe o equilíbrio tem uma chance de sofrer uma queda. No caso da gestante essa probabilidade é maior, já que o seu corpo está sofrendo várias alterações. E um acidente pode significar colocar o bebê em risco. Pilates é um método tão rico e diversificado, podemos facilmente achar outras maneiras de trabalhar com segurança.
Temos a obrigação de saber fazer as adaptações necessárias. Isso não significa tornar a aula monótona e restrita, significa fazer movimentos com mais cuidado, evitando sobrecarga sobre o abdômen e coluna, respeitar as novidades no corpo e seu funcionamento.
Existem alguns parâmetros a serem seguidos, mas não há receita de bolo: exercício "x" pode depois de tantas semanas, exercício "y" não pode a partir de tantos meses. Entram em jogo muitos fatores: a indicação do médico, o fato da grávida já ser ou não praticante do método e principalmente o feedback dela durante e depois de cada aula.
Tendo em mente que nosso papel é prezar pela saúde e bem estar do aluno, ao montar as aulas precisamos ter um objetivo claro e ter certeza de que cada exercício será benéfico a ele. Com a gestante, esse cuidado no mínimo deve redobrar. Sempre temos que nos perguntar o porquê de cada coisa e se realmente a aluna terá benefícios com isso. Ela precisa mesmo fazer exercícios aéreos? Se equilibrar em cima de uma bola ou BOSU? Fazer cambalhotas? Ficar em pé em cima dos aparelhos? Realizar exercícios de grande amplitude de extensão de coluna? Para nós a resposta é não.
No vídeo, a gestante está fazendo um abdominal com o pé no chão para não adicionar uma carga extra ao movimento e também trocamos o Magic Circle pela Overball porque esta oferece uma resistência bem menor, ou seja, ela faz o exercício com o objetivo de se manter forte e não ter dores (como na lombar, por exemplo) com a evolução da gestação. Já um praticante sem restrições pode manter os membros inferiores sem apoio, porém numa altura em que o abdômen consiga manter a lombar alinhada. Em ambos os casos os ombros devem estar estabilizados, evitando as compensações em elevação ou protrusão. E quanto mais força o aluno fizer no braço, mais deve acionar o Power House.
A futura mamãe precisa preparar os músculos e articulações para todas as mudanças que estão por vir de maneira sensata e segura, com exercícios de intensidade leve a moderada apenas. Quem gosta de malabarismos e super desafios terá o resto da vida para se aventurar. Durante esses nove meses a melhor coisa é ter calma e deixar para o bebê o papel de chutar e dar cambalhotas dentro da barriga.
Hellen e Monique :)
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